terça-feira, 6 de outubro de 2009

Crónica II


Boas a todos. Decidi fazer uma pequena pausa no que estou a fazer, para mais que divagar, contar-vos algo que aconteceu. Serve para reflectir sobre um assunto “vendas” todos nós ouvimos e consideramos mitos urbanos aquelas histórias que pessoas recebem um telefonema a dizer que ganharam uma viagem de sonho e tinham de se dirigir a um hotel. Saíram de lá com um colchão xpto, sem viagem e com um sorriso de orlha a orelha de quem acaba de comprar a sua pedra filosofal, a solução de todos os seus problemas, com o sentimento de serem um seres superiores por terem feito um negócio fantástico. O facto de não haver viagem de sonho, e a sua conta bancária sofrer um “rombo” perde importância comparando com o que bem que tinham comprado, a um preço até acessivel. Nunca me acreditei nisso. Achava que havia um enorme exagero, pois não imaginava pessoas a serem “levadas” desta forma. Até ao dia de hoje. Estava no establecimento da minha mãe(na entrada para ser mais preciso.) e entra um jovem, com cerca de 25/26. Eu levanto-me, no entanto ele volta á entrada e diz que não é necessário apagar o cigarro, o que desde logo me vez simpatizar com o tipo, perguntando apenas pelo responsável do establecimento(a minha mãe) que estava num momento de colocar a conversa em dia via telemóvel. Pedindo ao individuo para esperar. No fim de fumar o cigarro volto para dentro e faço sala ao pobre coitado. Mais pena tive quando me disse que o objectivo da visita seria a demonstração de um produto. Para limpeza e manutenção geral. Lamentei que o jovem simpático e de Coimbra estivesse meia hora á seca para levar depois um redondo não. Ponderei ser directo e dizer que nem até para comprar um frasco de nutella no vizinho ela colocava objecções e problemas, mas sendo eu filho teria a liberdade de dizer “mas quem manda?” e lá comprava a nutella. Mas tudo o que é vendedor, não tem argumentos para as “horas” da Dona Emilia. E quando regressa do telefonema vê-se que não estava virada para comprar produtos de limpeza. “queria mostrar-lhe um produto” “oh, não preciso de nada. Não me faça perder tempo.” bastante simpática tendo em conta os 30 minutos que o vendedor perdeu. Eu sendo politicamente correcto intervenho: “o senhor perdeu tempo á tua espera, também ficava bem esperares 5 minutos.” digo discretamente enquanto passo por ela. “tá bem diga lá”. Um pouco de bom-senso por parte da Dona Emilia pensei eu. Sol de pouca dura, mal abre a pasta, e tira o produto ela diz:”oh já conheço. Não estou interessada.” “Já conhece de onde?” ela explica e termina: “limpa muito bem, mas tinha de comprar uma caixa, são logo 90 euros.” fixem bem este valor! Vai ser importante para final da história. A teimosia, perseverança e arrogância do tipo(que responde: não é 90 mas 195 euros a caixa), que ao contrario de outros vendedores(de nivel mais baixo.) tentam sorrir bastante, valeu-lhe uma abertura que aproveitou para atacar! Explicou-lhe que era possivel comprar apenas tres frascos, pela quantia de 75 euros, pelo meio falaram de clientes e vendedores, e das datas limites de passar um cheque para 90 dias. Nesse ponto o vendedor diz “nesses casos prefiro não vender!” a conversa desenrola-se e a Dona Emilia diz: “Fico com três frascos. Mas passo-lhe o cheque para um mês pode ser?” a resposta foi ”Não. Não tenho autorização para isso.” agora é que o caldo entorna, pensei para os meus botões. No final comprou-lhe seis garrafas pelo valor de 115euros, com cheque passado para daqui a quinze dias! Faço a retroespectiva e recordo-me: “É muito caro! Um caixa de doze garrafas por noventa euros” e no final comprou metade por 115euros. E ainda ponderou a compra de duas caixas por 390euros com férias incluidas! Meus caros por vezes dizem que o produto vende por si, mas neste caso o que vende é o vendedor! Apareceu como que um guia para revoluconar a limpeza lá da tasca, para lhe mostrar o melhor produto de limpeza, limpa chão, vidro, alcatifas, carpetes, interiores de carros, tira nodoas da roupa e até dá para gel de banho(estou a especular.) e mais importante, ficou contente e quase que agradecida por este homem(santo) ter aparecido na sua vida para a deixar mais limpa. O dinheiro ficou para segundo lugar, não interessa. O gajo era capaz de vender notas de 5 euros pelo valor de 10, conclui por fim. Se algum dia um destes senhores vos aparecer á frente, não vale a pena resistir, despejem os bolsos, porque têm de comprar o produto. Agora acredito na situação que contei lá em cima, a certeza, autoridade com que vendem o que quer que seja, como que nos faz esquecer que eles não estão a ajudar-nos mas a vender algo. Para todos esses “seres” um palavra: “Respect”
PS: O produto é mesmo bom! Aquela cena que trazia atrás das orelhas finalmente saíu.
Cumprimentos, do sempre observador,
Paulo Miguel Teixeira.

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